Inquisidores e Bruxos

No caminho de volta a Paris, Lecoq comentou sobre como os acontecimentos que se seguiram à morte de Leonardo mostraram o acerto da Estratégia. A nova entrada dos Enviados de Asmodeu na cena européia atraiu a vingança dos Inimigos, que são particularmente cruéis com aqueles a quem consideram seus trânsfugas. A longa luta entre Francisco I e Carlos V, embora envolvesse os dois principais governantes católicos do mundo, prenunciou o desastre das Guerras de Religião. Na Batalha de Pavia, para que Francisco I fosse capturado, toda a sua guarda de Asmodeus foi massacrada. Novo massacre voltaria a acontecer dois anos depois, no Saque de Roma.

A maior parte dos Guardas Suíços morreu na Praça de São Pedro, resistindo o suficiente para que uma minoria acompanhasse a fuga de Clemente VII do Vaticano para o Castel Sant’Angelo, através de um túnel que até hoje liga as duas edificações. Graças aos Asmodeus remanescentes, Clemente conseguiu resistir durante meses no castelo, até que apareceu a oportunidade de fuga. Vários assessores próximos de Clemente foram capturados, e alguns deles executados pelas forças de Carlos V. Um dos mais importantes dos prisioneiros, Monsenhor Giovanni Maria Ciocchi del Monte, conseguiu também escapar, e foi elevado a Cardeal pelo Papa Paulo III, sucessor de Clemente VII.

Paulo III, da nobre família Farnese, embora considerado um Papa enérgico e capaz, continuou a tradição de nepotismo, garantindo um ducado para o filho, e conferindo o chapéu de cardeal a dois netos adolescentes. Aprofundou as tensões religiosas, pressionando Carlos V a agir contra os vassalos protestantes, e convocando o Concílio de Trento, que lançou a Contra-Reforma. Sempre envolvido em disputas políticas e militares, morreu em idade bastante avançada, após uma discussão violenta com um dos netos cardeais.

Ciocchi del Monte foi eleito Papa, com o nome de Júlio III. Júlio apreciava os Asmodeus, tendo tido a vida salva pelo denodo deles, e, através dessa conexão, foi apoiado também pela Ordem. Com isso, foi mais um dos grandes Papas protetores das artes; pode-se dizer, o último dos grandes Papas da Renascença. Entretanto, logo os Adversários encontrariam meios de distorcer a generosidade de Júlio III para servir a seus fins.

Aprisionar a mente de seus instrumentos por meio de uma paixão devastadora tem sido uma tática recorrente dos Inimigos. Assim tinham feito com Lucrezia Borgia através do escravo núbio, que, como se viu, tentaram também impingir a Leonardo. Ora, Júlio III, embora ligado aos Asmodeus, não compartilhava a preferência destes por parceiros igualmente másculos, à maneira de Aquiles e Pátroclo. Ao contrário, preferia o modelo de Júpiter e Ganimedes, adotado por tantos personagens do Renascimento, entre os quais o Duque de Parma, filho dileto de seu antecessor Paulo III, e, como se viu, Leonardo e Michelangelo. Mas, ao contrário dos dois grandes artistas, Júlio III não tinha a menor preocupação em ser discreto.

Sua nêmese foi preparada pelos Outros na pessoa de Innocenzo, um garoto de rua quase analfabeto, de quem Júlio se encantou, quando o viu brigar com um macaquinho de estimação. Júlio obrigou o próprio irmão a adotar o garoto, que passou a usar o nome de Innocenzo Ciocchi del Monte. Uma vez Papa, Júlio o nomeou, aos dezessete anos, para o posto de Cardeal-Sobrinho. Sim, esse posto era oficial, e o mais importante da Cúria Romana! Isso mostra como o nepotismo era visto como coisa extremamente natural pelos costumes da Igreja da época.

Como Innocenzo não tinha a menor competência para exercer um posto que equivalia ao de um primeiro-ministro da Corte Papal, e muito menos interesse nisso, Júlio teve que criar o cargo de Cardeal Secretário de Estado para cuidar dos assuntos sérios. Até hoje, esse posto é o mais importante da Cúria, logo abaixo do Papa. Quanto ao Cardeal-Sobrinho, só foi abolido no final do Século XVII.

O comportamento de Júlio em relação a Innocenzo era escandaloso: cumulava-o de riquezas, mostrava-se impaciente quando o jovem estava ausente, e dizia-se que costumava elogiar para terceiros as qualidades do protegido na cama. Naturalmente, o caso tornou-se um item suculento da propaganda protestante. Não ajudou muito o fato de ter o Papa construído a luxuosa Villa Giulia, permitindo que fosse decorada com pinturas de Cupidos um tanto ousados uns com os outros.

Morto Júlio III, Innocenzo se envolveu em estupros e assassinatos. Para evitar maior escândalo, não foi executado, mas passou o resto da vida preso, primeiro no Castel Sant’Angelo, depois em mosteiros. Mas os escândalos de Júlio III e a necessidade de reagir ao protestantismo com a Contra-Reforma tinham liquidado com a era dos Papas mecenas. Paulo III já instituíra a Congregação da Inquisição Romana e Universal, tornando oficial, pela primeira vez, a presença da Inquisição em Roma. Os Papas seguintes reforçariam o poder da Inquisição Romana, e, com Pio V, finalmente um Inquisidor chegou ao trono papal. Pio V, por sinal, foi canonizado. A Congregação da Inquisição Romana e Universal, rebatizada como Congregação do Santo Ofício, em 1908 e Congregação para a Doutrina da Fé, em 1965, continua sendo tida como a mais poderosa das Congregações Romanas. Seu penúltimo chefe foi Joseph Ratzinger.

Para a Ordem da Grande Fênix, a ascensão da Inquisição em Roma significava que era hora de seguir a diretriz traçada por Leonardo, e transferir a Sede Principal para a França. No pontificado de Pio V, os judeus foram confinados no Gueto de Roma, onde seriam obrigados a morar até o fim dos Estados Papais, no Século XIX. Logo viriam os processos contra Giordano Bruno, Galileo Galilei, e tantos outros. A Estratégia de Leonardo conseguira apenas retardar tudo isso por meio século. Mas, pelo menos, o braço da Inquisição não chegava mais aos Estados protestantes, e mesmo na católica França a ação dela era limitada pela força dos reis.

A Sede Principal ficou em Amboise até a ocupação nazista, quando se transferiu para a vizinhança de Londres. Segundo Lecoq, a presença da Ordem na França foi decisiva para o florescimento da cultura francesa nos séculos XVII e XVIII, que acabou desaguando no Iluminismo, nos Enciclopedistas e na Revolução Francesa. Mas isso, disse ele, é outra longa história.

Perguntei, com um pouco mais de ironia do que pretendia:

— Não me diga que Diderot, Voltaire, todos esses ateus empedernidos do Século XVIII eram da Grande Fênix! Você vai acabar por me convencer de que vocês são uma confraria de céticos!

Se Lecoq percebeu alguma ironia, não deu o braço a torcer:

— De maneira geral, os Iluministas tendiam a ser deístas ou panteístas. Não é muito diferente do que cultuar o Espírito Imanente. Muitos tinham envolvimento com a Maçonaria, os Rosacruzes, com o ocultismo...

— E vocês tinham também algo a ver com os notáveis ocultistas desses séculos?

Lecoq respondeu, um tanto reticente:

— Todos tinham. O Conde de Saint-Germain era um dos Outros. Cagliostro era dos Csífodas. Não estou autorizado a falar muito sobre isso, mas posso lhe dar um exemplo. Houve mais um grupo com que renovamos a aliança, dentro da Estratégia de Leonardo. Era formado por pessoas, principalmente mulheres, que dominavam certas técnicas de dissimulação e infiltração sorrateira, de manipulação psíquica por meio de rituais, de uso de princípios ativos poderosos extraídos de plantas... Em suma, aquelas que são geralmente chamadas de Bruxas. Como você sabe, um dos alvos prediletos da Inquisição.

Respondi:

— Sempre achei que eram mulheres antipatizadas pelos vizinhos, ou por serem fofoqueiras, ou por terem posses cobiçadas, ou por despertarem medo, ou por simplesmente serem solitárias. E que eram, por isso, convenientemente denunciadas.

— Esses casos talvez fossem a maioria, certamente. Mas algumas realmente pertenciam a uma sociedade muito antiga, também capaz de domar as forças das Trevas, como os Dragões Brancos e os Asmodeus. Desde a Antiguidade elas tinham o gato como animal simbólico; o animal misterioso e sorrateiro por excelência...

— Parece que muitas mulheres foram condenadas como bruxas simplesmente por terem gatos como companheiros de solidão...

Lecoq ignorou a nota de ceticismo e disse:

— Seja como for, elas resolveram se reorganizar, reagir e enfrentar os Inimigos usando as armas que dominavam. Nunca a força, como os Asmodeus, mas sim a astúcia, a sedução, a espionagem, a infiltração... Uma corporação onde todas as agentes são mulheres, conhecida, entre outros nomes, como Falange Felina.

— Então, esse grupo exclui os homens?

— Os homens fazem trabalho de retaguarda: planejamento, logística, infra-estrutura... Só mulheres são combatentes. Mas veja, estamos chegando ao seu hotel. Quando você se encontrar com Ibrahim al-Dajaj, pergunte sobre elas. Ele conhece histórias interessantes.

Fiquei de passar mais tarde no bistrô de Lecoq. Enquanto descansava um pouco no hotel, fiquei pensando no caso do Conde de Saint-Germain. Esse sujeito é descrito como sendo cortesão, aventureiro, inventor, cientista, pianista, violinista, compositor, ventríloquo e encantador de serpentes; usaria muitos nomes diferentes, como Marquês de Montferrat, Conde Bellamarre, Cavaleiro Schoening, Cavaleiro Welldone[1], Conde Soltikoff, Conde Tzarogy, e Príncipe Ragoczy, com muitas nacionalidades diferentes, como se vê pelos nomes. Aparece como filho bastardo, ora do rei de Portugal, ora da rainha da Espanha, ora de um Príncipe da Transilvânia (!). Freqüentou Versalhes, chegou a espionar para Luís XV, que o alojou o Castelo de Chambord, a obra máxima de Francisco I! Foi preso por espionagem na Inglaterra, mas liberado por falta de provas. Passava muito tempo com Madame de Pompadour, e, mais tarde, com Maria Antonieta, e distribuía generosamente diamantes entre a nobreza.

Casanova testemunha tê-lo visto transformar prata em outro, embora suspeitasse de um truque. Participou do golpe que colocou Catarina, a Grande, no trono russo, e apareceu no Egito durante as campanhas de Napoleão. Teria sido amigo de George Washington e Benjamin Franklin, a quem teria ajudado na concepção dos Estados Unidos. Dizia-se que tinha muitos séculos de existência, e teria sido assessor de Jesus, que, por sinal, não teria seguido seus conselhos, acontecendo então o que aconteceu. Ninguém o viu morrer, e, desde o início do Século XIX até hoje, aparecem pessoas que alegam tê-lo visto. Aleister Crowley insinuava ser o próprio. Na literatura e nos escritos esotéricos, as citações de Saint-Germain são legião; em O Pêndulo de Foucault, o personagem Agliè, que o protagonista Casaubon encontra na Bahia, também insinuava ser o Conde; para o esotérico Samael Aun Weor, o Conde ainda controla a política mundial.

Lembrei-me de que Iblis tinha dito ser conhecido como Conde de Saint-Germain, aparentemente fazendo piada com sua suposta popularidade nesse bairro de Paris. Parecia-me agora que a piada tinha mais significados, numa espécie de Efeito Palimpsesto. Até achei uma vaga semelhança entre a aparência de Iblis e um retrato conhecido do Conde, o que não quer dizer muita coisa, dada a pesada maquiagem do Século XVIII e o costume dos antigos retratistas de alterar as feições para bajular os retratados.

De Saint-Germain, meus pensamentos passaram para outro ocultista francês, Michel de Nostredame, o Nostradamus. E foi sobre ele que perguntei a Pierre Lecoq, quando nos encontramos mais tarde no bistrô. Nostradamus tinha sido um deles, um bruxo aliado, ou um dos Outros? Pierre Lecoq achou muito engraçado:

— Eu é que lhe pergunto, professor Basileu! Tanta gente enxerga o cumprimento das profecias dele em muitos fatos históricos! Que lhe parecem?

— Que é muito fácil interpretar as quadras de Nostradamus, ou qualquer outra profecia, retrospectivamente, de forma que elas se apliquem aos eventos do passado. É o que era feito em uma edição que li das Centúrias de Nostradamus, do início dos anos trinta. Tudo que era passado era primorosamente explicado pelos comentaristas das profecias. Mas nada do futuro: a edição sequer previa algo parecido com o nazismo ou a Segunda Guerra Mundial, que aconteceriam logo depois...

— Pois é, nada como ser profeta em retrospecto... Deve ser um dos mais velhos truques literários.

— Pelo menos, tão velho quanto Dante. A ação da Divina Comédia supostamente se passa em 1300. Os condenados são capazes de profetizar um monte de coisas que aconteceram entre esse ano e a época que o poema foi escrito...

— Pelo menos, Dante era um dos nossos, e escreveu isso com objetivos mais nobres em vista, sejam religiosos cristãos, políticos, cômicos (conforme sua interpretação) ou religiosos nossos, conforme acreditamos[2]. Mas Nostradamus procurava apenas mais uma fonte de renda. Pois ele não era nosso, nem bruxo, nem mesmo dos Outros: era, simplesmente, um destacado membro da Confraria de Csífodas. Mais exatamente, um picareta.

Lecoq contou que Nostradamus, para começar, era um falso médico. Ele era um boticário e, por causa disso, foi expulso do doutorado em Medicina, pois era vedado aos boticários, considerados como trabalhadores braçais, ascender à elite dos médicos. Mesmo assim, continuou a usar o título de Doutor, e inventou uma pílula rosa que supostamente protegia contra a peste.

Tinha realmente bons conhecimentos sobre o combate à peste, que vitimara sua primeira mulher e os filhos deles. Estudou bastante o assunto, o que lhe valeu um relativo sucesso durante alguns episódios de epidemia. A pílula rosa levou a fama e lhe trouxe parte da fortuna, assim como pomadas e ungüentos que fabricava. Outro bom dinheiro veio de seu investimento em um projeto de engenharia: um grande canal para irrigar uma região seca da Provença. Como bom Csífodas, ele tinha faro para empreendimentos de sucesso.

E escreveu as famosas quadras, tão enigmáticas que, já naquela época, cada um interpretava como achasse mais conveniente. Analistas modernos concluíram que grande parte dessas quadras foi baseada na Bíblia e em Lívio, Suetônio, Plutarco e outros clássicos. Isso mostra uma das técnicas usada por Nostradamus: recozer acontecimentos do passado como profecias para o futuro. O mesmo é feito por muitos escritores, principalmente de ficção científica: eventos da história antiga podem ser reconhecidos nos livros de Asimov, em Guerra nas Estrelas, em Babylon V...

Lecoq recitou o que disse ser uma de suas quadras prediletas:

Bêtes farouches de faim fleuves tranner;

Plus part du champ encore Hister sera,

En caige de fer le grand sera treisner,

Quand rien enfant de Germain observa.[3]

Comentou então;

— Mesmo considerando que se trata de francês arcaico, os erros de gramática são evidentes. Os esotéricos vêem a predição da Segunda Guerra Mundial, transformando Hister, que é o nome de um trecho do Danúbio, em Hitler, e Germain, que ou é nome próprio[4] ou significa irmão-germano[5] , vira Alemanha, quando o termo correto, em francês clássico, é Germanie. Mas essa interpretação toda apareceu depois da ascensão de Hitler, pois antes, como prova lá o seu livro de 1930, ninguém tinha tido a idéia... Dizem que o próprio Hitler gostava de espalhar a interpretação como referência a ele, para meter medo. Velha tática dos Outros...

Respondi:

— Minha preferida é esta outra, na qual os esotéricos gostam de ver a predição do ataque a Nova Iorque em 11 de setembro:

Cinq & quarante degrés ciel bruslera,

Feu approucher de la grand cité neufve,

Instant grand flamme esparse saultera,

Quant on voudra des Normans faire preuve.[6]

Comentou Lecoq:

— Enxergar aí Nova Iorque traz vários problemas. Nova Iorque fica a cerca de 40 graus, não 45. Existem muitas cidades com nova no nome, inclusive algumas cujo nome significa Nova Cidade, como é o caso de Nápoles, do grego Neapolis. Nesta cidade, em 1139, aconteceu uma invasão dos Normandos no mesmo ano de uma erupção do Vesúvio. Um exemplo da técnica de transformar um acontecimento do passado em profecia do futuro...

Perguntei a Lecoq se os erros gramaticais de Nostradamus refletiam os hábitos dos Confrades, geralmente avessos aos pormenores lingüísticos, mesmo quando muito espertos. Lecoq respondeu que não, pois Nostradamus era realmente muito culto, tanto que algumas quadras são plágios de trechos de escritores clássicos ou do erudito florentino Pietro Crinito, que viveu pouco tempo antes. O que acontecia é que procurava tornar o texto propositalmente obscuro, inclusive misturando termos de outros idiomas. [36] Muito antes dos Oráculos de Delfos, já se sabia que era bom negócio fazer profecias dúbias, interpretáveis ao gosto do freguês. 

Catarina de Médicis, a terrível rainha que foi mãe de três dos piores e menos venturosos reis da França, além da notória Rainha Margot, tornou-se admiradora de Nostradamus. O profeta ficou bastante receoso quando foi convocado para explicar supostas ameaças à família real que tinham enxergado em algumas das profecias, dada a fama sanguinária da rainha, mas essa queria apenas que ele explicasse melhor as quadras, e fizesse os horóscopos dos rebentos. Conseguiu ser nomeado Conselheiro e Médico Real, embora, como se viu, não fosse médico. Completou Lecoq:

— O indicador mais interessante é que nem a Inquisição o levava a sério; se levassem, ele teria sido processado por bruxaria, ainda mais porque era de ascendência judaica. Pelo contrário, cultivava excelentes relações com a Igreja. Na única vez em que foi preso, foi por publicar seu Almanaque sem autorização do bispo e sem o pagamento da devida taxa; um pequeno problema administrativo, do tipo que às vezes acontece com os empreendedores mais organizados. E, de fato, Nostradamus faturou muito com as Profecias ainda em vida e, depois de morto, virou uma franquia. Aqui na França, é venerado pela Confraria como um dos homens de negócio de maior visão da História

Nosso jantar já estava nos queijos, quando Lecoq anunciou:

— Bem, professor Basileu, há muito mais coisas interessantes na história francesa da Grande Fênix. Mas isso ficará para outra ocasião, pois já me avisaram que nosso Arquigalo em exercício está pronto para recebê-lo. Amanhã, Ibrahim al-Dajaj o aguarda.

Perguntei, um pouco surpreso:

— Vão me mandar, então, para o Egito?

— Um pouco mais perto. Ibrahim está há algum tempo longe do Egito, pois a situação já era perigosa para ele antes, e, agora, é indispensável que ele permaneça em um lugar muito bem protegido. E ele está bem protegido em Roma. Mais precisamente, no Vaticano.

Fiquei de queixo caído:

— Um Arquigalo, refugiado em pleno Vaticano?

— Por que não? Afinal, Ibrahim al-Dajaj é um padre!

[1] Bem passado? Bem estranho, não?

[2] Essas interpretações são explicadas em A Grande Fênix.

[3] Tradução literal: Feras loucas de fome rios cruzar; maior parte do campo contra o Hister será; em gaiola de ferro o grande será arrastar; quando nada filho de Germano observou.

[4] Em português, Germano.

[5] De pai e mãe, não meio-irmão.

[6] Tradução literal: Cinco e quarenta graus céu queimará; fogo aproximar-se da grande cidade nova; instante grande chama esparsa saltará, quando se quiser por à prova os Normandos.

[36] Curiosamente, Nostradamus é uma tradução latina errada do nome dele.

     

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